domingo, dezembro 18, 2005

Adeus Princesa

Forma:*** Conteudo:***
Reapareceu nos últimos dias nos escaparates das notícias a bióloga Clara Pinto Correia. Mulher de 40's, doutorada nos States, vítima de uma polémica recente sobre um copy and paste julgo q do New Yorker numas crónicas suas...
Importa sim para aqui que, quase seu contemporâneo, acompanhei de perto o aparecer como escritora desta menina, de sorriso rasgado e triangular, de repentismos brilhantes e olhinhos escuros a brilhar a brilhar. A sua segunda novela, "Agrião!", dera muito que falar, o conto "Um Esquema" deliciou-me, e aí apareceu o êxito "Adeus Princesa", estamos no ano de 1985. Vinte anos depois, dediquei-me a lê-lo, em honra de.
Romance policial alentejano, eis o paradoxo. Muita juventude perdida, Baleizão a perder o sul de uma revolução que aos poucos fica sem cor. Ao lado a base de Beja com seus alemães. Na intercessão disto um amor adolescente e muito haxixe (eram tempos de e CPC usava muito o cheirinho nos seus textos, vidé Agrião) e um morto. Lê-se sem parar, o texto é recortado e coloquial, tem curvas e contracurvas, algumas asperezas, tudo parece-me bem conduzido. Mas mas mas, ao contrário do já lido, tenho sérias dúvidas e portanto alguma reserva sobre se a autora tem alguma simpatia real por qualquer dos personagens. "A carne é fraca mas o molho é bom", ou algo que o valha, é este o final feliz do 1º romance de Clara Pinto Correia, mas tenho re-dúvidas sobre se a tese está bem demonstrada ao longo do texto, demasiado entrecortado com o fogo-de-artifício de quem escreveu talvez mais para se mirar num espelho do que para outra coisa...