As Dioptrias de Elisa
"Elisa não podia casar. As dioptrias de Elisa eram muito grandes."
António Gancho foi dado a conhecer ao grande público através de alguns poemas publicados por Herberto Helder numa colectânea por si organizada para a Assirio e Alvim. Recolhido num asilo para loucos, este conto "sensual" comentado e ilustrado por Álvaro Lapa, companheiro de tertúlias primevas, fica para a história. E porquê? Precisamos afinal de um doido para colocar o sexo onde ele está, entre a mobilidade animal de uns corpos e a rapidez atenta de seus fluidos. O mais é poesia, que António Gancho também praticou mas noutro capítulo. A isto chama-se clarividência.
"Filipe levanta-se de cima dela e andava nu um bocado no quarto ao que ela se estarrecia de lúbrica e sensual. Elisa ainda estava nua. Ainda não se podia vestir, agora já se vestia."
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