domingo, junho 17, 2007

O Despertar do Irão



Nem o Prémio Nobel da Paz (2003) defende por completo uma mulher como esta. Shirin Ebadi aparece como uma curiosa percursora de um possível futuro no mundo muçulmano. E esse futuro, parafraseando, ou será feminino, ou não será. Não defende por completo da calúnia, da incompreensão, do estranhar de ela continuar lá, quando tão mais fácil seria o exílio. De ela não renegar o seu país, nem pisar a sua bandeira. De inclusivé se fazer "mais islâmica" do que o sentido, embora crente, embora reze, para melhor poder penetrar no "sistema" e defender os seus, ou melhor, as suas, mulheres e crianças. A história dos últimos 50 anos do Irão está neste livro, escrito em parceria com Azadeh Moaveni. E começa acertadamente com o derrube de Mossadegh pelos Americanos. Um 1º ministro culto, laico, e querido pelo seu povo.


A Times Magazine considerou-a recentemente um dos líderes inspiradores do nosso tempo. Depois fui ler. Ao lado estava Margaret Tatcher. Um longo caminho por percorrer, pensei. Talvez a leitura na íntegra deste livro ajude. Não desesperem, o livro recompensa: mortos são às centenas de milhar.


"Na noite em que ela partiu, uma noite temperada de fim de Verão, peguei no Corão e segurei-o bem alto na entrada da porta, para que ela passasse por debaixo dele três vezes quando saísse, num ritual de partida para os entes queridos que realizámos demasiadas vezes desde a revolução."


Uma cuidada edição da Guerra e Paz.
PS: ver este link muito actual.

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