O Virgem Negra
A adoptar Mario Cesariny como ídolo for life, agora que esticou o pernil, há que fazer-lhe o ripanço completo.
E nada melhor do que começar pela sua última obra publicada, em 1989, "O Virgem Negra", tendo como subtítulo "Fernando Pessoa explicado às Criancinhas Naturais e Estrangeiras por M.C.V.".
É um livro directo na paródia e no tiro ao alvo, quer a Pessoa, quer a toda a crítica à volta. O sampling da poesia pessoana (porque original de Cesariny aqui pouco há) é deliciosamente hardcore, com o mote bem colhido pelos guizos e as voltas em torniquete aplicadas.
Cesariny não facilita. E, ele que nas antípodas de uma vida pessoana navegaria, defende atacando, ou não. No ano anterior, em 1988, tinha sido a trasladação dos restos de Pessoa para os Jerónimos.
Há muito rede cruzada de referências e picadas de vespa, e muito esoterismo desbragado. Ou se calhar nosso amigo Mário apenas quer explicar o doido (sexual, genial...) que sepultámos nos Jerónimos, pelo menos na sua versão. Às criancinhas...
"Colhões tenha quem lê."
"É importante foder (ou não foder)?
é evidente que não, não é importante.
Fode quem fode e não fode quem não quer.
Com isso ninguém tem nada
Mas mesmo nada
A ver"
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