quarta-feira, dezembro 26, 2007

O Transporte para San Cristóbal de A. H.



Imaginem que, no final dos anos 70, descobre-se que Adolf Hitler ainda é vivo, perdido algures no interior da selva amazónica.
Disto trata esta novela, 170 pp., publicada por George Steiner há + de 20 anos, ainda o seu nome não tinha o peso incontornável que tem hoje.
Não será aliás dos seus trabalhos mais citados, embora seja a sua obra de ficção de maior fôlego. Percebe-se também que o autor ficou com dúvidas sobre o resultado, e algo ansioso pela controvérsia gerada, daí um abundante posfácio.
Citamos o New York Times: "''The Portage to San Cristobal'' is a misconceived and badly executed novel, a sideshow distraction from the serious business of thinking through the unspeakable horrors of the Nazi era." Não será tanto assim...
Não temos aqui grande ficção, grande escrita. Temos um grande tema. Pouco após a publicação houve uma transposição para o teatro - que fez crescer exponencialmente a discórdia, consta. Este Hitler defende-se e contrataca. Diz não ser o maior criminoso do século. Discute sobre de que estamos a falar quando falamos de povo "escolhido": alemão, judeu? Mais não digo, o texto não está bem à altura do nome embora se leia e se deseje chegar ao desenlace, más-línguas dizem até que George Steiner pôs na voz subitamente recuperada de A. H. teorias de George Steiner, pena não ter visto a obra teatral.
''If you gaze long into an abyss, the abyss will gaze back into you.'' Nietzsche

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